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política Quarta-feira, 14 de Setembro de 2022, 07:02 - A | A

Quarta-feira, 14 de Setembro de 2022, 07h:02 - A | A

NEUTRALIDADE

Com Ciro estagnado e elevando tom contra Lula, PDT já avalia neutralidade em eventual segundo turno

O Globo

Reuters

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Ciro Gomes, do PDT

 

 

A três semanas do primeiro turno e sem reação do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) nas pesquisas de intenção de voto, pedetistas já discutem o caminho que tomarão num eventual segundo turno e se será possível o partido repetir 2018, quando se aliou ao PT contra Jair Bolsonaro. Ainda não há um martelo batido sobre o assunto, mas integrantes da sigla concordam que, diante dos frequentes ataques do ex-ministro ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está ficando cada vez mais difícil a legenda engrossar a candidatura petista sem soar incoerente. A hipótese de Ciro se aliar a Lula também já é descartada por aliados.

 

 Neste cenário, começa a crescer entre aliados do pedetista a possibilidade de o partido, oficialmente, declarar neutralidade, mas liberando filiados a apoiar o petista. Essa possibilidade é defendida nos bastidores por integrantes dos diretórios do Rio Grande do Sul e entre alguns membros do partido em São Paulo. O único veto seria o apoio a Bolsonaro.

 
 

Ciro aparece em terceiro nas pesquisas de intenção de voto, mas distante dos dois adversários, com mais de dois dígitos de diferença. Apesar do discurso otimista de Lupi, uma virada é vista como difícil de acontecer, visto que uma parcela considerável dos eleitores ciristas diz que pode ainda mudar de voto.

  

Hoje, a única definição sobre os rumos do PDT após o primeiro turno é que a Executiva do partido irá se reunir assim que sair o resultado da primeira votação, no dia 2 de outubro. É o mesmo que fizeram em 2018, ocasião que discutiram se apoiavam Fernando Haddad (PT), então candidato à Presidência, contra Bolsonaro, ou se se abstinham. No final, optaram pela primeira opção, desde que fosse de forma crítica.

 

Voto de Ciro

 

Segundo pedetistas presentes nessa reunião, o que pesou para o apoio ao PT foi justamente a posição de Ciro e de seu irmão, o senador Cid Gomes (CE), em prol de Haddad. Os dois defenderam a aliança como forma de fortalecer o acordo do PDT com petistas no Ceará, berço eleitoral da família.

 

Agora, aliados acreditam que dificilmente o mesmo se repetirá nesta eleição. Já não há mais o acordo com os petistas no estado, além de haver um ressentimento de Ciro com Lula e o PT. A mágoa vem desde 2018, quando os petistas não apoiaram a candidatura do ex-ministro à Presidência, já que o ex-presidente estava impedido de concorrer por questões judiciais.

 

Por causa disso, a expectativa é que Ciro não diminua o tom das críticas nem mude sua conduta em relação a Lula, mesmo que isso possa ter consequências para o PDT — os ataques causam incômodo entre petistas. Na avaliação de pedetistas, será difícil para quem hoje vota no ex-ministro entender a mudança de postura da sigla. Essa avaliação é compartilhada tanto pelos pedetistas que defendem se aliar a Lula no segundo turno quanto aqueles que preferem a neutralidade. Eles acreditam que mesmo um apoio crítico, como o de 2018, seria visto como incoerente e poderia soar até mesmo oportunista.

 

Caso o partido opte pela neutralidade, na prática o que acontecerá é que os membros do PDT estarão liberados a apoiar Lula. Alguns diretórios estaduais já deixam claro sua preferência pelo petista no segundo turno. É o caso, por exemplo, do Maranhão, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Santa Catarina — esses dois primeiros, inclusive, já dão apoio ao ex-presidente, mesmo tendo Ciro na corrida eleitoral.

 

— Toda eleição que houve até hoje, o (Leonel) Brizola apoiou o Lula. O que está em jogo é a luta do opressor contra o oprimido, e o PDT sempre esteve ao lado do oprimido. Acho que deveríamos apoiar o Lula, mas isso sou eu. Só após a reunião da Executiva vamos saber a posição do partido, se apoiaremos Lula ou se vamos nos abster — diz o secretário-geral do PDT, Manoel Dias, presidente do diretório de Santa Catarina.

 

Há, por outro lado, os pedetistas que dizem não ver diferença entre a vitória de Lula e a de Bolsonaro e, por isso, preferem que o PDT não declare apoio ao petista.

 

 

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