O engenheiro Paulo José Arronenzi, de 52 anos, preso pelo assassinato de sua ex-mulher, a juíza Viviane Vieira do Amaral, de 45, não aceitou a decisão dela de se separar. No dia 14 de setembro, após ela decidir sair de casa, Paulo José encheu malas com roupas da mulher e das três filhas do casal, com idades de 7 a 9 anos, e as arremessou por cima da grade do prédio para onde Viviane se mudou, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. A cena foi gravada, e o vídeo, entregue na Delegacia de Homicídios (DH) por parentes da juíza.
As imagens, obtidas com exclusividade pelo EXTRA, também mostram Paulo José abrindo outra mala com roupas e jogando todo o conteúdo na calçada. Ele também chamou de "safado" um funcionário do prédio que filmou a cena. Na ocasião, Viviane foi à 77ª DP (Icaraí) e alegou que o ex-marido também a empurrou para forçar a entrar no local. Depois da cena, Viviane, assustada, pediu ao Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) que disponibilizasse uma escolta que pudesse acompanhá-la. Um mês antes do crime, ela dispensou a escolta.
Três meses depois da separação, na véspera de Natal, o engenheiro matou a ex-mulher com 16 facadas na frente das filhas. Ele foi preso em flagrante logo depois do crime. Nesta quarta-feira, o engenheiro foi denunciado pelo Ministério Público do RJ à Justiça pelo assassinato de sua ex-mulher. De acordo com a denúncia, o crime foi motivado pelo inconformismo do acusado com o término do relacionamento, especialmente pelas consequências financeiras do fim do casamento na vida do engenheiro.
O MP também pediu a Justiça que o engenheiro seja condenado ao pagamento de indenização pelos danos materiais e morais causados à família da vítima, em valor a ser apurado no curso do processo. A denúncia vai ser analisada pela 3ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio.
Viviane foi morta enquanto entregava as filhas para passar a noite de Natal com o pai. A juíza chegou a comprar presentes para as crianças entregarem ao ex-marido. O engenheiro está preso em Bangu 8, no Complexo de Gericinó, Zona Oeste do Rio.
Três dias após o crime, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 640 mil encontrados em contas bancárias do engenheiro Paulo Arronenzi. O objetivo da decisão, tomada pelo juiz João Guilherme Chaves Rosas Filho no último sábado, durante o plantão judiciário, é impedir que o dinheiro possa ser enviado para o exterior: o autor do feminicídio tem cidadania italiana e, mesmo preso, teria condições de fazer transferências por meio de terceiros. O valor passa a ficar disponível para o sustento das três filhas do casal, que estão com a avó materna.
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