09 de Julho de 2025

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opinião Domingo, 15 de Junho de 2025, 08:32 - A | A

Domingo, 15 de Junho de 2025, 08h:32 - A | A

BAR DO BUGRE

TECNOLOGIA: BENÇÃO OU CASTIGO

*GABRIEL NOVIS NEVES

 

 

 

 

Para os nascidos na década de trinta, viver no mundo de hoje é, por vezes, um tormento.

 

Tudo depende das novas tecnologias. Sem internet, a vida parece estagnar.

 

O romantismo de antigamente foi extirpado pelas máquinas.

 

As conversas nas filas dos bancos deram lugar aos aplicativos silenciosos.

 

Ninguém mais sai de casa para pagar contas ou trocar dinheiro.

 

O PIX resolve tudo — até pagamento de consulta médica. Talões de cheques viraram peças de museu.

 

Os táxis, tão uteis em outros tempos cederam espaço ao Uber, que sequer tem ponto fixo.

 

Cartas escritas à mão? Só nas aulas de português. Agora, o celular resolve tudo: mensagens, WhatsApp chamadas de vídeo.

 

Fotografias coloridas? Estão na palma da mão.

 

Jornal impresso? É lembrança do tempo do vovô.

 

Nada como um notebook sem falhas técnicas — quando funciona, é um alívio.

 

O analfabeto tecnológico não consegue sequer os empregos mais simples, como o de entregador, que precisa digitar uma nota fiscal.

 

Na China, já há hospitais sem médicos, enfermeiros ou funcionários.

 

Tudo é comandado por Inteligência Artificial — com bons resultados.

 

A tendência é clara: a máquina substitui o homem.

 

Os cirurgiões mais jovens operam com robôs.

 

Os antigos ainda confiam no bisturi e na tesoura.

 

Consultas e exames médicos são agendados por aplicativo.

 

Quando a internet falha, é um Deus nos acuda. O atendimento é remoto — feito por robôs.

 

A tendência é clara: a máquina substitui o homem.

 

Quem não domina o digital — como eu — depende dos outros o tempo todo.

 

Há sempre um problema a resolver.

 

Trabalho com o computador e sei o esforço que é digitar uma crônica de 300 palavras.

 

Quando consigo, considero uma vitória.

 

Recebo inúmeros e-mails — e nunca sei se são sérios ou golpes de criminosos cada vez mais sofisticados.

 

O progresso cobra seu preço —geralmente alto.

 

E muitos não conseguirão acompanhar esse ritmo impiedoso.

 

 

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*Gabriel Novis Neves

11-06-2025

 

 

https://bar-do-bugre.blogspot.com

 

 

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