O palanque com Márcia Pinheiro e outros, não é o palanque ideal, mas o mundo é real, e este palanque, agora é o real.
A chapa foi construída a partir de uma leitura nacional e coletiva com Partidos, Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo, Movimentos Sociais e Sindicais, etc., e tricoteada com muito esforço, visando a construção de uma unidade ampla para enfrentar o principal perigo que poderá nos atingir ainda mais forte, sendo o estreitamento da democracia.
Ninguém desta chapa está enganando ninguém. Neste momento, ninguém ali traiu ninguém.
Mas esta chapa não é a mesma coisa da chapa governista, e quem achar que é, sinto muito, mas precisa de um pouco mais de clareza política. Mas também, que fique claro, não é uma chapa popular visando a construção de um projeto popular. A chapa é visando a derrota do bolsonarismo buscando construir uma Câmara Federal um pouco mais progressista da que temos hoje.
A Federação de MT (PT, PC do B e PV) cumpriu bem o seu papel para garantir os acordos construídos na direção nacional, e que não foram de cima para baixo, foi dialogado levando em consideração as análises a partir das forças políticas e populares citadas acima.
Nesta análise, e concretamente, MT tem pouca representação no voto, mas tem uma enorme força política, econômica e ideológica no Brasil. E isso pesou muito neste processo eleitoral, pois está no agro uma das principais bases conservadoras que sustenta o atual governo federal. Como bem disse Anita, o Voldemort.
Tenho a impressão de que muitos, inclusive do campo da esquerda e progressista, pensam que o Agro é apenas as grandes empresas agrícolas, empresários rurais “modernos” e latifundiários. Um erro achar isso. O Agro é, entre tantas coisas, uma enorme força ideológica que mobiliza milhões de pequenos agricultores, assentados da reforma agrária, quilombolas, ribeirinhos, etc., no campo, inclusive povos indígenas.
Mobiliza ainda dezenas de milhões de trabalhadores nas cidades. Mais grave ainda é que mobiliza a grande maioria daqueles que tem ensino superior e a grande maioria dos servidores públicos de todos os níveis (municipal, estadual e federal).
É com olhar nessa massa que é importante tentar aproveitar esta aparente e minúscula divisão entre eles do agro e apresentar o Lula como possibilidade de frear o avanço autoritário das instituições: judiciário, congresso, militar, imprensa, igrejas, etc., que secularmente moldam o pensamento das massas.
Portanto, como alguém já disse pelos twitters da vida: “Lula não vai salvar o Brasil. Lula vai tirar o Bolsonaro”.
Isso é o que esperamos.
É disso que estamos falando. Não estamos em momento de escolher uma chapa apenas para manter posição, fazer nome. Pois, com Voldemort no governo é muito, mas muito mais difícil restabelecer um processo que possibilite a ampliação da democracia, restabelecer direitos aos servidores públicos, aos trabalhadores no geral e aos agricultores familiares.
Com a continuidade de Voldemort, exigirá um sacrifício ainda maior daqueles que já estão com dificuldade de ficar em pé, daqueles que já estão caídos nas calçadas.
Com a continuidade deste projeto será o fortalecimento das milícias armadas e dos militares aspirantes da ditadura militar respaldado por boa parte da Justiça, do Congresso e do Presidente.
Com a continuidade de Voldemort será mais doloroso restabelecer um processo de lutas populares nas ruas, pois a eliminação física faz parte do projeto deles.
E, sem as mobilizações populares nas ruas, é quase impossível restabelecer um processo que nos leve para a construção de um Projeto Popular para o Brasil que consiga abarcar as grandes demandas da maioria da população brasileira.
Ontem ouvi um amigo dizer na convenção que: “… a eleição é um jogo e escalamos nosso time, e que a eleição de 2024 será o próximo jogo...”.
Quero dizer que, se é para comparar, a eleição não é um jogo. A eleição faz parte do jogo. O nome do jogo é Luta de Classes.
A eleição pode ser aquele momento em que a bola está na área, nossa ou do adversário, e a torcida toda começa a ficar de pé querendo ver o que vai acontecer. Cabe a nós, militantes sociais, fazer com que a torcida dessa das arquibancadas para participarem diretamente do jogo e fazer nossos tão sonhados gols, principalmente, o gol da liberdade e da emancipação humana.
Mas hoje, o que temos? É isso, tirar Voldemort com aqueles/as que, neste lapso momento, optaram em contribuir nesta única tarefa.
Não queres o pacote completo? Não tem problema, eu também não quero, mas vamos pegar o que nos faz sentir melhor, deixar o caminho aberto para aqueles que irão carregar um peso maior e não jogar palavras que a gente não gostaria de ouvir. Até porque, o momento para estas palavras sobre o processo de construção das chapas passou.
Ainda em tempo, vale lembrar que, as contradições posta no palanque de Márcia Pinheiro, são praticamente as mesmas da chapa nacional com Lula e Alckmin. E ainda acho que temos uma vantagem, não temos o PSB no palanque. Até porque, o PSB de MT é quase todo bolsonarista. Por isso, estão com o atual governador. Neste partido, PSB, tinha uma pretensa candidata ao senado que queria o apoio da Federação Brasil da Esperança, mas não queria defender o Lula. Aliás, publicamente, nem sequer tocou no nome do Lula. Dizem nos corredores que ela é contra a cota racial e o mais médico. Ela desistiu da candidatura. Ufa.
Agora, vamos para a ação, ao trabalho, pois Voldemort subiu um pouco nas últimas pesquisas e para ganharmos no primeiro turno, precisamos dobrar o que fizemos até aqui.
*Antônio Carneiro é militante social do MST MT
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Benedito 10/08/2022
Sou Márcia, Sou EMANUELZINHO, mas considero essa opção por aliar a Lula um equívoco lamentável!!!
ERALDO ALVES DE CASTRO 07/08/2022
É pura mentira que essa decisão foi amplamente discutida. O PT de MT tem um cacique que faz o que bem quer. Toda militância está revoltada com essa decisão! Nós queríamos candidato próprio do partido... e de preferência o professor Domingos Garcia.
2 comentários