Após um mês cheio de notícias boas e algumas más, amanheci estéril para produzir a minha crônica.
Conversando com o meu fisioterapeuta durante a aula de hoje, comentei que gostaria de escrever sobre os fatos políticos que presenciei durante a minha permanência no Rio de Janeiro (1953-1964).
Emendei dizendo que esse assunto é mais para historiadores que cronistas.
Será que existe mesmo essa divisão, ou é invenção minha?
Nesses anos referidos por mim, vivemos momentos delicados da nossa história – o suicídio de Vargas, com um tiro no coração.
A posse do seu vice Café Filho, parlamentar experiente do Rio Grande do Norte e tido como comunista.
Seu infarto do miocárdio durante o mandato presidencial.
Sua traumática substituição pelo deputado federal Carlos Luz, Presidente do Congresso Nacional.
O tiro no pé do jornalista Carlos Lacerda da UDN e a morte do seu guarda costas Major Vaz, da Aeronáutica.
A prisão de Gregório, chefe da guarda pessoal de Getúlio Vargas e seu homem de confiança.
A instalação da “República do Galeão”.
O velório de Vargas no Palácio do Catete e o translado do seu corpo do Aeroporto Santos Dumont até São Borja, sua cidade natal, no Rio Grande do Sul.
Discursos de Tancredo Neves, Leonel Brizola e Jango Goulart.
A eleição de JK, derrotando o Marechal Juarez Távora.
Sua posse contestada com a revolução de Jacareacanga e sequestro de aviões comerciais por militares da FAB.
Jânio Quadros e Jango Goulart substituíram JK.
A renúncia prematura de Jânio Quadros e a difícil posse de Jango que estava no exterior como presidente, já que os militares não queriam temendo que ele implantasse o regime comunista no Brasil.
Depois de muitas negociações políticas, jurídicas e militares, finalmente o Jango voltou ao Brasil e foi eleito como Presidente Parlamentarista.
Foi nomeado seu 1º Ministro o deputado federal Tancredo Neves, que havia sido Ministro da Justiça de Getúlio Vargas.
Jango não aceitou o parlamentarismo e fez o Congresso Nacional aprovar o Plesbicito para saber dos brasileiros se queriam o regime parlamentarista ou presidencialista.
O presidencialista ganhou de goleada, e finalmente Jango tomou posse como Presidente do Brasil.
Veio um período conturbado da política brasileira que terminou com o movimento de 31 de março de 1964.
Nesse período terminei o último ano do 2º grau ou ensino médio, frequentei por um ano o cursinho pré-vestibular, fui aprovado no vestibular de medicina e graduado, após seis anos de estudos servi o Exército Brasileiro no CPOR sendo 2º Tenente da Reserva, fui acadêmico e médico da Prefeitura do Rio de Janeiro, me casei com uma argentina carioca e retornei à minha cidade natal para exercer a minha profissão de médico.
Terminei um texto de 59 linhas e não sei se escrevi mais uma crônica, ou se invadi a área do historiador.
*Gabriel Novis Neves
https://bar-do-bugre.blogspot.com
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