Conversando com a minha enfermeira, disse a ela que a minha bisneta de cinco anos, com adenoide bastante crescida dificultando a passagem do ar respirado, causa de frequentes infecções nasofaringes, havia sido internada às sete horas, operada às oito, e às dez, já estava no quarto com os seus pais.
A alta hospitalar está prevista para a parte da tarde.
O sucesso dos procedimentos médicos, depende muito da educação das crianças.
Meus bisnetos estão sendo educados sabendo de tudo, principalmente da sua saúde.
Tudo é explicado pelos seus pais de uma maneira simples nos seus mínimos detalhes.
Com quatro e cinco anos sabem como se protegerem do Covid, com uso de máscaras, que fazem questão de usá-las, mesmo quando desnecessárias.
Também da limpeza das mãos em álcool em gel.
Sabem, inclusive fazer coletas do material das narinas e garganta com cotonetes do laboratório para o teste.
Antes de viajar para São Paulo, minha bisneta me explicou que não iria passear, e sim, retirar uma “carninha” que tinha crescido dentro do nariz.
A pior coisa seria mentir para a criança e interná-la em hospital.
O pavor estava instalado e a criança se sentida traída.
Tudo ficaria mais difícil, dificultando a sua recuperação, mesmo com a presença dos pais.
Começaram a frequentar o consultório de odonto-pediatria, que é decorado para receber crianças, logo que iniciaram a aparecer os primeiros dentes de leite.
Fazem a prevenção da cárie dentária, que é causada por uma bactéria, quatro vezes ao ano, e vão por prazer.
Não têm medo do dentista e nunca choram, sendo uma farra quando lá comparecem.
Tão diferente dos meus tempos de criança, onde as ruas com consultórios dentários eram caracterizadas por gritos de dor, pavor e irritante barulho das maquinas de obturações dentárias.
Continuo acreditando que o melhor programa de saúde é a educação.
Investir na educação dos pais, na pré-escola e ensino fundamental é o sonho de todos os médicos.
Só depois, cuidar da nossa saúde pública.
Será que esse sonho poderá ser realizado em um país tão cheio de desigualdades sociais?
Perde-se tanto dinheiro em corrupção, marajás, programas politiqueiros, diárias, viagens desnecessárias, emendas parlamentares para abrandar o apetite dos parlamentares, com poderes como a justiça, e esquecem propositalmente daquilo que é importante, como a educação.
Como dizia o meu pai: isso sempre foi assim.
Eu, aos 87 anos, continuo concordando com o meu pai.
*Gabriel Novis Neves
https://bar-do-bugre.blogspot.com
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