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opinião Sexta-feira, 05 de Agosto de 2022, 08:30 - A | A

Sexta-feira, 05 de Agosto de 2022, 08h:30 - A | A

BAR DO BUGRE

MEDICINA DE HOJE

*GABRIEL NOVIS NEVES

 

Conversando com a minha enfermeira, disse a ela que a minha bisneta de cinco anos, com adenoide bastante crescida dificultando a passagem do ar respirado, causa de frequentes infecções nasofaringes, havia sido internada às sete horas, operada às oito, e às dez, já estava no quarto com os seus pais.

 

A alta hospitalar está prevista para a parte da tarde.

 

O sucesso dos procedimentos médicos, depende muito da educação das crianças.

 

Meus bisnetos estão sendo educados sabendo de tudo, principalmente da sua saúde.

 

Tudo é explicado pelos seus pais de uma maneira simples nos seus mínimos detalhes.

 

Com quatro e cinco anos sabem como se protegerem do Covid, com uso de máscaras, que fazem questão de usá-las, mesmo quando desnecessárias.

 

Também da limpeza das mãos em álcool em gel.

 

Sabem, inclusive fazer coletas do material das narinas e garganta com cotonetes do laboratório para o teste.

 

Antes de viajar para São Paulo, minha bisneta me explicou que não iria passear, e sim, retirar uma “carninha” que tinha crescido dentro do nariz.

 

A pior coisa seria mentir para a criança e interná-la em hospital.

 

O pavor estava instalado e a criança se sentida traída.

 

Tudo ficaria mais difícil, dificultando a sua recuperação, mesmo com a presença dos pais.

 

Começaram a frequentar o consultório de odonto-pediatria, que é decorado para receber crianças, logo que iniciaram a aparecer os primeiros dentes de leite.

 

Fazem a prevenção da cárie dentária, que é causada por uma bactéria, quatro vezes ao ano, e vão por prazer.

 

Não têm medo do dentista e nunca choram, sendo uma farra quando lá comparecem.

 

Tão diferente dos meus tempos de criança, onde as ruas com consultórios dentários eram caracterizadas por gritos de dor, pavor e irritante barulho das maquinas de obturações dentárias.

 

Continuo acreditando que o melhor programa de saúde é a educação.

 

Investir na educação dos pais, na pré-escola e ensino fundamental é o sonho de todos os médicos.

 

Só depois, cuidar da nossa saúde pública.

 

Será que esse sonho poderá ser realizado em um país tão cheio de desigualdades sociais?

 

Perde-se tanto dinheiro em corrupção, marajás, programas politiqueiros, diárias, viagens desnecessárias, emendas parlamentares para abrandar o apetite dos parlamentares, com poderes como a justiça, e esquecem propositalmente daquilo que é importante, como a educação.

 

Como dizia o meu pai: isso sempre foi assim.

 

Eu, aos 87 anos, continuo concordando com o meu pai.

 

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*Gabriel Novis Neves

 

 

https://bar-do-bugre.blogspot.com

 

 

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