Quando iniciei a publicar os meus textos, no início de cada mês agendava uma crônica para cada dia, e dificilmente saía da lista programada.
Atualmente, para minha tranquilidade, faço uma lista semanal.
Às vezes furo a fila das programadas para o assunto não envelhecer, e altero a lista antes de enviá-la ao editor, outras vezes aceito o pedido dele de mudá-la por outra, sabedor que tenho um estoque.
Ele não recebe antecipadamente a programação da semana, tendo a certeza que aos domingos receberá “OS PITORESCOS”, título batizado por ele, a essas crônicas diferentes do nosso cotidiano.
Nas crônicas “OS PITORESCOS” trabalho com um estoque de pelo menos cinco delas, e com um detalhe, sempre escrevo aos domingos, e me dá muito trabalho com pesquisas, começando geralmente depois das nove da manhã e terminando depois das 13 horas, sem interrupções de visitas.
Também fecho o computador e só abro no dia seguinte.
Durante a semana escrevo até duas pela manhã e duas à tarde, tendo agora em estoque 94 crônicas, fora aquelas que escrevi e perdi.
Para quem sofre de ansiedade, este é um santo remédio.
Tenho um colega cirurgião que foi meu ex-aluno na UFMT, e tem um filho também médico cirurgião.
Ele me disse que sonha que está operando e que, de uns tempos para cá, o paciente era ele próprio.
Não ligou para isso, por estar totalmente assintomático, e classificou esse fato como pesadelo de cirurgião que opera o dia todo.
Dias depois seu filho sonhou que seu pai estava sendo operado de um tumor renal, e lhe comunicou.
Impactado por dois sonhos cirúrgicos levou o fato a sério e procurou o laboratório de imagens no hospital onde trabalha.
Como a “cirurgia sonhada” por ambos era de órgãos abdominais, solicitou um exame de tomografia da região, e o resultado foi um pequeno tumor no intestino grosso, próximo ao ceco.
No outro dia foi operado por vídeo laparoscopia, e o exame histopatológico teve como resultado: adenocarcinoma do ceco, retirado com grande margem de segurança.
Está curado, sem necessidade de químio ou rádio terapia.
Um colega de turma de faculdade, excelente cirurgião, foi obrigado a encerrar precocemente a profissão, pois sonhava que os vasos que eram amarrados durante suas cirurgias, tinham frouxados produzindo intensa hemorragia interna.
Levantava e ia ao hospital examinar a sua cliente operada, só então voltando para casa.
Sempre era Fakenews, mas não suportou esse sofrimento e fechou o consultório.
Passou a se dedicar exclusivamente à vida de fazendeiro, o que foi uma perda aos seus clientes e para a medicina de Cuiabá.
Nunca tive sonho com as inúmeras cirurgias que fiz, mas sempre sonho com correções de crônicas que escrevi e com as novas, como esta que termino de escrever.
*Gabriel Novis Neves
https://bar-do-bugre.blogspot.com
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