Ex-ministros da Saúde de Jair Bolsonaro (sem partido), Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich avaliam que faltou liderança do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus e que a postura do presidente atrapalhou as medidas sanitárias de prevenção.
“A Covid-19 suscita uma cooperação em todos os níveis. E o que o Brasil não tem é planejamento, estratégia, liderança, coordenação e informação. Isso não é uma coisa deste governo, deste ministério. É uma coisa que foi se estruturando ao longo de décadas”, disse Teich em entrevista ao jornal O Globo.
Sobre o papel do presidente, Teich afirmou que as declarações de Bolsonaro contrárias às autoridades de Saúde confunde as pessoas e dificulta o combate à pandemia: “Não ter uma comunicação alinhada, forte, todo mundo mandando a mesma mensagem, dificulta o combate à pandemia, claramente”.
Teich deixou o cargo em maio, em meio a divergências sobre a aplicação da cloroquina, medicamento sem comprovação científica. Ele havia substituído Mandetta, que também discordou do uso da substância.
Para o ex-ministro, que esteve no cargo entre janeiro de 2019 e abril de 2020, o país enfrente uma crise tripla “de prevenção, atendimento e vacina”.
“Primeiro, porque o presidente não acredita [no vírus]. Até hoje não houve uma fala do presidente que ajudasse a Saúde pública brasileira”, disse Mandetta. “Parece tudo errático. É preciso ter uma capacidade de liderança muito forte, e o Brasil está sem liderança em Saúde”, analisou.
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