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geral Quinta-feira, 14 de Novembro de 2019, 14:00 - A | A

Quinta-feira, 14 de Novembro de 2019, 14h:00 - A | A

APNEIA DO SONO

Pesquisa aponta que 60% dos motoristas de ônibus em Cuiabá reclamam de risco de apneia do sono

UFMT

Uma pesquisa desenvolvida no Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) com motoristas de ônibus coletivos de Cuiabá, apontou que esses profissionais apresentam alto risco de sofrer com a chamada apneia do sono. O levantamento realizado na pesquisa revela que quase 60% dos motoristas de ônibus da capital têm queixas deste problema que, conforme aponta o trabalho, aumenta a probabilidade de o motorista cochilar ao volante e causar acidentes.

A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono, popularmente conhecida apenas como “apneia do sono”, é uma doença comum no Brasil, porém subdiagnosticada. A doença causa a interrupção da passagem do ar para os pulmões durante o sono, devido ao colapso dos músculos da faringe, que controlam a respiração. Essa interrupção da respiração faz com que o portador da doença ronque muito e sofra com “microdespertares”, prejudicando a qualidade do sono.

Segundo a autora da pesquisa, Bruna Argôlo Soares, a ideia da observação dos riscos de apneia do sono em motoristas de ônibus, partiu de uma pesquisa anterior realizada na UFMT que revelou altos riscos da doença em motoristas de caminhão. “É um trabalho caracterizado por longas jornadas, noites mal dormidas, hábitos alimentares inadequados, estresse, e violência urbana”, destaca.

A pesquisadora aponta que a má qualidade do sono, causada pela apneia, causa a redução da capacidade de atenção e execução de algumas tarefas com precisão, como dirigir um veículo. “Motoristas de transportes coletivos urbanos e interurbanos, podem sofrer acidentes de trânsito causados pela sonolência diurna excessiva, que aumenta o risco de cochilar ou dormir ao volante. A apneia do sono contribui para aumentar o risco de sonolência durante a condução de veículos, aumentando de 2 a 10 vezes o risco de acidentes de trânsito”, afirma.

Os dados da pesquisa foram obtidos a partir da aplicação de um questionário a 144 motoristas de ônibus da capital. O diagnóstico preciso da apneia do sono requer a realização de uma “polissonografia de noite inteira”. Para se fazer esse exame é preciso que haja uma estrutura laboratorial que permita que a pessoa possa dormir no laboratório, para monitoramento da respiração e da qualidade do sono. Cuiabá não dispõe de um laboratório de caráter público que ofereça esse exame.

“O estudo poderá oferecer subsídios aos gestores das áreas de saúde e transporte, com o objetivo de implementar políticas públicas de medicina do sono, com ênfase na prevenção, diagnóstico e tratamento da apneia do sono. É urgente que se trabalhe para a implantação de um Laboratório do Sono de caráter público em Cuiabá, para que os motoristas, em particular os profissionais, tenham acesso à polissonografia”, afirma a pesquisadora.

A pesquisa “Apneia obstrutiva do sono e fatores associados em motoristas de ônibus coletivos de uma capital brasileira de médio porte” foi orientada pelo professor Luiz César Nazário Scala e desenvolvida no âmbito do Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC).

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