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geral Quinta-feira, 13 de Agosto de 2020, 08:01 - A | A

Quinta-feira, 13 de Agosto de 2020, 08h:01 - A | A

SAÚDE

Ministro russo defende vacina contra a Covid-19 e vê críticas como reação da "concorrência"

Extra

O ministro da Saúde da Rússia, Mikhail Murashko, atribuiu nesta quarta-feira as críticas ao cronograma e à transparência dos ensaios clínicos da vacina Sputnik V, registrada ontem como um imunizante contra a Covid-19, à "competição" de países e farmacêuticas concorrentes. Murashko rejeitou as críticas levantadas por especialistas de diferentes partes do mundo quanto ao prazo dos ensaios clínicos, considerado muito curto para garantir sua segurança e eficácia, e o baixo número de voluntários.

— Parece que nossos colegas estrangeiros estão vendo as vantagens competitivas específicas do medicamento russo e estão tentando expressar opiniões que, em nossa visão, são completamente sem fundamento — disse o ministro da Saúde russo.

 

A Rússia anunciou nesta quarta-feira que o primeiro lote de sua vacina contra a Covid-19 estará pronto para ser aplicado em alguns médicos em duas semanas e rejeitou as preocupações "sem fundamento" em relação à segurança do imunizante levantadas por alguns especialistas, devido à rápida aprovação da vacina por Moscou.

A vacina, cujo registro foi anunciado ontem pelo presidente do país, Vladimir Putin, ainda não concluiu os testes em estágio avançado. Somente cerca de 10% dos ensaios clínicos foram bem-sucedidos e alguns cientistas temem que Moscou esteja colocando o prestígio nacional à frente da segurança.

Mushko disse que a vacina, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, de Moscou, será aplicada na população, incluindo em médicos, de forma voluntária, e estará pronta em breve:

— Os primeiros pacotes da vacina médica contra a infecção pelo coronavírus serão recebidos dentro das próximas duas semanas, primeiramente para médicos.

Alexander Gintsburg, diretor do Instituto Gamaleya, disse que os ensaios clínicos serão publicados assim que foram analisados pelos especialistas da própria Rússia. Ele disse que a Rússia planeja ter capacidade para produzir 5 milhões de doses por mês entre dezembro e janeiro.

Apesar do ceticismo da comunidade científica quanto às promessas russas, a Sputnik V já atraiu a atenção de diferentes governos ao redor do mundo, incluindo o Brasil. Um acordo para a produção e distribuição do imunizante em solo nacional deve ser acertado nesta quarta-feira entre o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD) e o embaixador da Rússia, Sergey Akopov.

Mesmo países que se mostraram abertos a tratativas reconhecem que é preciso maior transparência do governo russo. Nas Filipinas, cujo presidente, Rodrigo Duterte, se voluntariou para receber doses da vacina, autoridades de saúde pretendem requisitar o embasamento técnico dos ensaios da Sputnik V, conduzidos pelo Instituto Gamaleia, em Moscou.

— Nós checaremos se as alegações são verdadeiras. Estamos conversando com os russos justamente para entender essa vacina — afirmou a vice-ministra da Saúde, Rosario Vergeire, prometendo pedir um "dossiê completo" sobre o imunizante.

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