O mês de maio foi marcado por muitas vitórias dos profissionais da saúde e de 68 pacientes do Hospital São Benedito na batalha contra a covid-19. Ao longo desse período, foram registradas 68 altas médicas, ou seja, 68 novos recomeços de vida. Dois desses recomeços aconteceram nas vidas do casal Fausto Carvalho de Oliveira, 37, e Tatiana Tibaldi, 35. Ambos contraíram a covid-19 ao mesmo tempo e ficaram 6 dias internados. A filha de um ano de idade, Raquel, também foi acometida, mas de forma leve.
Fausto, que trabalha como entregador, afirma que descobriu que estava doente quando acordou numa manhã e, ao colocar os pés no chão, não conseguia pisar de tanta fraqueza, ele havia perdido massa muscular de uma forma abrupta. Ao procurar inicialmente a Policlínica do Coxipó, ele não apresentava dificuldade para respirar, no entanto, sua saturação estava baixa e o pulmão já estava com quase 40% de comprometimento. A esposa sofreu com quase 50% de infecção pulmonar. “O avanço do vírus no meu coro foi muito rápido! Eu não sei se sentia raiva, ódio, só conseguia pensar na minha filha. Liguei para o meu pai e pedi para ele ficar com ela porque não sabia se a viria novamente. Essa doença, se você der bobeira, ela te mata. Eu me senti 50% morto”, relata Fausto.
Cristão, o entregador acredita que a doença foi uma forma que Deus encontrou de chamar sua atenção para viver uma vida com novos e melhores hábitos. Acredita ainda que os profissionais da saúde, de certa forma, foram usados por Deus para lhe ajudar. “Quando a gente deu entrada no hospital, tive certeza que muitas coisas teriam que mudar na minha vida. Deus preparou aquele lugar, aquela situação para a gente mudar. A todo momento, ele mostrava que estava comigo. A gente tem mais que agradecer do que se vitimizar. No Hospital São Benedito eles conseguem captar o lado humano. Eles não te tratam como um pedaço de carne. Eles te olham nos olhos, te chamam pelo nome, são sempre positivos! Para eles que estão acostumados a agir dessa forma no trabalho, pode virar algo automático, mas para quem está numa situação de fragilidade, é muita coisa”, destaca o paciente.
Tal avaliação vai de encontro ao que o diretor clínico do Hospital São Benedito, Giovane Fortuna, expõe. “A melhora do paciente está diretamente ligada à observação e ao cuidado de cada profissional responsável nas UTIs e enfermarias. Todos são treinados e instruídos a sempre tratar e respeitar os pacientes como gostariam de ser tratados, caso estivessem na mesma situação. Ter essa consciência é muito importante para um bom padrão de atendimento”, explica.
O profissional revela que, ao longo desses meses de pandemia de covid-19, as equipes foram se aprofundando cada vez mais no tratamento dos pacientes graves. “Foram desenvolvidos novos protocolos de assistência multiprofissional, bem como otimizações na área de ventilação mecânica, o que contribuiu positivamente para obtermos os resultados atuais. Associado a isso, a vacinação tem contribuído muito para diminuição das internações e, principalmente, uma redução da gravidade dos casos que necessitam internação”.
Questionado sobre o sentimento ao ver cada paciente sendo liberado com alta de volta para sua casa e família, o médico diz: “Certamente toda a equipe fica muito feliz com a quantidade de altas de pacientes nos últimos dias. É gratificante ver pessoas retornando aos seus lares e saber que o nosso trabalho foi bem realizado e obteve o resultado esperado”.
Desde o mês de março, o Hospital São Benedito transformou-se em unidade para atendimento exclusivo para tratamento de pacientes com covid-19 e conta com 60 leitos de UTI e 40 de enfermaria.
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