Sou uma pessoa meio previsível, de hábitos simples e uma rotina tranquila. Domingo por exemplo é o dia que escrevo meu artigo. Acordo cedo e já começo a burilar as teclas do computador. Uma ideia na cabeça e aos poucos as coisas vão se encaixando. Mas no último domingo não foi assim, acordei com uma sensação ruim no corpo que aos poucos foi piorando. Veio a febre e com ela a prostração. Não consegui escrever.
Dai neste artigo vou contar pra você a saga que é pra se descobrir o que pode estar acontecendo.
Como ainda tive febre na segunda e na terça, na quarta-feira procurei um hospital logo cedo. Lá chegando o primeiro susto. A fila que você irá enfrentar para ser atendido pelo médico é interminável. No meu caso esperei pacientemente por 4 horas até que meu nome fosse dito em voz alta pelo médico anunciando a minha vez.
Já dentro do consultório novo suplício, afinal para o médico se você está ali é porque invariavelmente é mais um caso de covid a ser tratado. E daí, por mais que você fale que estava sentindo apenas febre ele apela para o protocolo. Exames e mais exames, todos para descartar ou confirmar covid. São os novos tempos, não tem jeito de escapar.
O bom nisso tudo é que depois de passar por mais algumas horas de espera para fazer os exames, outras mais para pegar o resultado e mais um pouco para o retorno ao médico você sai dali com a certeza de estar ou não com covid e isso amigos, é um alívio danado. No meu caso não era covid. Graças a Deus.
As pouco mais de 9 horas de maratona hospitalar valeram a pena, apesar que estou até agora sem saber ao certo o que tive, foi uma virose, mas não foi covid.
Muitas pessoas que passaram por aquele hospital aquele dia, não tiveram a mesma sorte no diagnóstico. No tempo que estive lá pude ver alguns casos confirmados, pessoas que estavam prostradas, vencidas pela doença devastadora que tem levado muitas pessoas a morte.
O que vimos nos últimos dias foram pessoas brincando com a vida, como se de fato tudo não passasse de uma gripezinha.
Dia desses meu amigo Paulo César Baptistela, ou simplesmente o Paulão, perdeu a luta contra a doença. Dias de UTI e a morte chegou arrebatadora. Paulão era um dos mecânicos de moto mais antigos de Cuiabá e uma pessoa que eu gostava muito. Assim como Paulão muitos outros não resistiram, até aqui 1902 pessoas para ser mais exato.
Onde vamos parar não sabemos, com a flexibilização dos serviços tem gente pensando que o problema acabou, que a vida voltou ao antigo normal e este antigo não vai voltar nunca mais, o novo normal é que irá imperar e ainda assim neste momento é muito difícil dizer como será o mundo pós pandemia.
O que vimos nos últimos dias foram pessoas brincando com a vida, como se de fato tudo não passasse de uma gripezinha.
Quantas pessoas mais precisam perder a vida para que todos entendam que o distanciamento social é necessário, que máscara já não é um acessório, mas uma necessidade, que o álcool em gel é imprescindível.
Depois do que passei na última semana posso dizer que precisamos e devemos nos cuidar cada vez mais. Quando eu cuido de mim eu estou cuidando também de você e assim caminha a humanidade em tempos de pandemia.
*Luiz Fernando Fernandes é Jornalista em Cuiabá.
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